English: Rythms of the Heart
"The divine spirit manifests itself in the natural gracefulness of the body and in the kindness of a person's attitudes towards all creatures of God. Grace is a state of holiness, of wholeness, of connection with life and unity with the divine. And also, as we shall see, a form of health." Alexander Lowen (2018)
Our body is like a divinity with its own rhythm and melody. These rhythms and melodies are aligned with our self. The heart, the organ that keeps oxygen-rich blood circulating in the body, is the guardian of the true rhythm and sound of our real essence.
There are many challenges that we encounter on our journey through life and these often take us away from our grounding and hold our body prisoner. There are demands, projections and expectations that end up exhausting the body. The need for recognition leads us to seek to fulfill the desires and needs of others and, as a consequence, we end up moving away from ourselves in order to be able to meet the needs of others.
In his various publications, Lowen says that Bioenergetic Analysis makes it possible to recover the pulse of life, to restore the gracefulness of the body through: self-expression, self-knowledge and self-regulation and strengthens grounding.
I think that the major blockages we experience are in line with the disconnection with grounding. We don't know our roots and we spend our lives looking for anchorage in the others' lives and this generates various types of damage. As a result, bodies are frozen into a liquid life. They are imprisoned bodies.
Within the studies of Pantajili's Yoga Sutra, which takes a very deep look at the relationship between body and spirituality from a largely spiritual perspective. There are two points from the Yamas that I would like to bring up here, because I feel they are in line with what Bioenergetic Analysis proposes, which are Ahimsa and Satya.
Ahimsa is non-violence, not causing physical and emotional pain to oneself and others. From this perspective, I realize how much we engage in various forms of violence with ourselves on a daily basis, which ends up having a reverberating effect on the collective. This violent practice manifests itself when I constantly say no to myself, when I don't trust my intuition, when I don't value my past, when I deny my true self, when I devalue/disqualify myself, when I don't set healthy boundaries, when I don't take care of my health, when I don't listen to my emotions and my body's feelings, when I live in function of the other, when I don't know myself, when I live to satisfy the idealization of the other. This kind of violence has the consequence of external violence, because if I live in accordance with the needs of the other and that other doesn't "value" me in that place, I go looking for reparation, in other words, more violence. This can be through demands, aggression, abuse, silencing, exclusion, humiliation and imprisonment. Many of the blockages we find in the tension rings are the result of this violence.
Traumatized bodies come in search of healing their wounds and existential pain. In this place, Bioenergetic Analysis with its expressive bodywork promotes the release and liberation of tensions installed in the body and in the psyche.
After releasing these blockages in the tension rings, it is possible to take a real dive inside and get to know your truth. Strip away the veils of illusion and really get to know yourself. Be aware of your light and shadow and know how to regulate this dance. Self-awareness is fundamental because it is through this that self-confidence is built. Through trust, it is possible to establish an intimate relationship with your true self and thus take ownership of your grounding. This grounding movement is also what we call Satya or Sathya.
In this dance between the body and spirituality, the heart with its own melody is a powerful resource for aligning Ahimsa and Satya or self-expression - self-awareness and self-regulation. It is the sound of the divine soul that dwells within each of us.
To reconnect with the rhythm of the heart is to be able to be grounded in cardiac grounding and thus promote the body's graceful circulation of pulsating life and a rescue of its freedom to be.
My invitation is that we can reconnect with our heartbeat and allow ourselves to live this profound experience of reconnection.
Scheila P. Gomes | Libertas
Português: RITMOS DO CORAÇÃO
“O espírito divino manifesta-se na graciosidade natural do corpo e na amabilidade das atitudes da pessoa para com todas as criaturas de Deus. A graça é um estado de santidade, de inteireza, de conexão com a vida e de unidade com o divino. E também, como veremos, um estado de saúde” Alexander Lowen (2018)
O nosso corpo é uma divindade que tem seu próprio ritmo e melodia. Esses ritmos e melodias estão alinhadas com nosso Self. O coração, órgão que promove a circulação do sangue rico em oxigênio no corpo, é o guardião do verdadeiro ritmo e melodia de nossa real essência.
São diversos os desafios que encontramos na travessia da vida e por muitas vezes esses desafios nos afastam de nosso grounding e aprisionam nosso corpo. São demandas, projeções, expectativas que acabam exaurindo o corpo. A necessidade de reconhecimento que nos leva a ir em buscar de realizar os desejos e necessidades do outro e como consequência acabamos nos afastando de si para viver o outro.
Lowen em suas diversas literaturas diz que a Analise Bioenergética possibilita o resgate da pulsação de vida, recuperar a graciosidade do corpo através da: auto expressão, autoconhecimento e auto regulação e fortalece o enraizar – grounding.
Penso que grandes bloqueios que nós vivemos está em ressonância com a desconexão com grounding. Desconhecemos nossas raízes e passamos a vida buscando a ancoragem na vida dos outros e esse movimento gera diversos tipos de violência. Como consequência os corpos ficam congelados para uma vida fluida. São corpos encarcerados.
Dentro dos estudos do Yoga Sutra de Pantajili, que traz um olhar bem profundo sob a ótica espiritual, a relação corpo e espiritualidade. Dois pontos dos Yamas eu gostaria de trazer aqui pois sinto que se alinha com o que a Análise Bioenergética se propõe, que são a Ahimsa, Satya.
Ahimsa é a não violência, não causar dor física e emocional para si e para os outros. Partindo desse olhar percebo o quanto nós praticamos diariamente diversas formas de violência conosco e que acaba reverberando com o coletivo. Essa prática violenta se manifesta quando: me digo não constantemente, quando não confio na minha intuição, quando não valorizo minha história, quando nego a minha sombra, quando desvalorizo/desqualifico, quando não estabeleço limites saudáveis, quando não cuido de minha saúde, quando não escuto minhas emoções e sensações do meu corpo, quando vivo em função do outro, quando não me conheço, quando vivo para satisfazer a idealização do outro. Essa cruel forma de violência tem como consequência a violência externa pois se vivo em função do outro e esse outro não me “valoriza” nesse lugar vou atrás de querer reparação, ou seja, mais violência. Que pode ser através de cobranças, agressões, abusos, silenciamento, exclusão, humilhação e encarceramento.
Muitos dos bloqueios que encontramos nos anéis de tensão são resultados dessas violências. Corpos traumatizados que chegam em busca de curar suas feridas e dores existenciais. Nesse lugar a Analise Bioenergética com seu trabalho corporal expressivo promove a liberação e libertação das tensões instaladas no corpo e na psique.
Após a liberação desses bloqueios nos anéis de tensão é possível fazer um mergulho interno real e conhecer a sua verdade. Se despir dos véus de ilusão e realmente se re.conhecer. Ter consciência de sua luz e sombra e saber regular esse bailar. O autoconhecimento é fundamental pois é através dele que também a confiança em si mesmo é construída. Através da confiança é possível estabelecer uma relação de intimidade com seu verdadeiro self e assim se apropriar de seu grounding. Esse movimento de ancoramento na verdade é também o que chamamos de Satya ou Sathya.
Nessa dança entre o corpo e a espiritualidade o coração com sua própria melodia vem ser um poderoso recurso para alinhar a Ahimsa e Satya ou a auto expressão - o autoconhecimento e auto regulação. É som da alma divina que habita dentro de cada um de nós.
Se re.conectar com o ritmo do coração é poder estar ancorado (a) no grounding cardíaco e assim promover ao corpo uma circulação graciosa de vida pulsante e um resgate de sua liberdade para pode ser.
Meu convite é que possamos nos re.li.gar ao nosso ritmo do coração e se permitir viver essa profunda experiência de re.en.contro.
Scheila P. Gomes | Libertas